Fundos patrimoniais (ou endowments) são um meio de arrecadar e repassar doações para organizações sem fins lucrativos. É uma forma usual de arrecadar recursos de ex-alunos e instituições privadas para investir, de forma sustentável, em atividades acadêmicas e universitárias. Como premissa, todo dinheiro arrecadado é mantido de forma perpétua pelo fundo, de tal forma que apenas o rendimento é repassado. Sendo assim, é possível garantir a sustentabilidade financeira dos investimentos não só no curto prazo, como também no longo prazo.
Exemplo prático: Vamos supor que um fundo patrimonial de uma universidade consiga arrecadar R$10MM e que tenha uma taxa de retorno de 3% ao ano (acima da inflação) a partir de uma robusta governança e política de investimento. Anualmente, por muito tempo, teria capacidade para destinar R$300.000 a projetos estudantis, a projetos universitários ou a bolsas acadêmicas - ampliando as oportunidades e recursos acadêmicos.
Como surgiu o primeiro endowment?
Foi o filósofo romano, Marcus Aurelius, quem liderou a criação de uma instituição patrimonial para cada uma das 4 grandes escolas de Filosofia: Escola de Platão, Escola de Aristóteles, Escola de Epicuro e Escola de Zeno de Cetium. Mais tarde, algumas cidades do Império também criaram a sua própria instituição.
Em 1502, na Inglaterra, a prática foi adotada durante a modernização do sistema universitário britânico. Lady Margaret Beaufort instituiu um fundo patrimonial para as Universidades de Oxford e de Cambridge.
Modelos de referência internacional
Nos EUA e no Canadá, os endowments são bastante difundidos. Abaixo, seguem alguns exemplos de Universidades que adotam o modelo:
Harvard
Possui o maior endowment do mundo (aproximadamente $37Bi administrados pela Instituição). Destaca-se que mais de 35% de toda a rede de alumni contribui e que o mesmo representa mais de ⅓ do orçamento total da Universidade.
Yale
Tem um fundo de aproximadamente U$27 Bilhões administrado pela Instituição. De forma similar à Harvard, mais 35% de toda a rede de alumni contribui e o mesmo representa cerca de ⅓ do orçamento total da Universidade.
Stanford
Administram um fundo de aproximadamente U$25 Bilhões. Mais de 30% de toda a rede de alumni contribui e o fundo representa cerca de ⅕ do orçamento total da Universidade.
Modelos de referência no Brasil
Algumas universidades brasileiras já dispõem de um um fundo patrimonial. Todos são bastante recentes e com um montante bastante tímido em comparação aos EUA. O mais bem sucedido atualmente é o fundo patrimonial da Escola Politécnica da USP.
Amigos da Poli
Ex-alunos da Escola Politécnica da USP se reuniram em 2009 para criar um fundo patrimonial. Hoje, já tem R$23 milhões sobre administração, contam com uma rede de mais de 2000 doadores e já alavancaram dezenas de projetos de alunos da Poli.
Nossa missão é construir não só um fundo patrimonial com investimentos em alunos e projetos da UFRJ, como também permitir que cada membro da rede universitária possa retribuir da sua melhor forma.
Acreditamos no poder da conexão de alunos e ex-alunos. Queremos participar da construção de um futuro diferente e é por isso que criamos o Instituto Reditus.
E você, o que você imagina para o futuro?
Fontes:
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/08/22/O-que-s%C3%A3o-endowments-e-por-que-s%C3%A3o-raros-nas-universidades-brasileiras https://www.investopedia.com/terms/e/endowment.asp
http://relatorioanual.amigosdapoli.com.br
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